SILENCE
Le jour où la cathédrale a brulé
Le jour où ta cathédrale a brulé
Le jour où ma cathédrale a brulé
Le cœur de Paris en flamme
Alors qu’une flèche s’effondrait
J’ai senti pointer
Debout
La cathédrale
Levée dans ma mémoire
Dans tes photos
Dans ta chanson
J’ai vu les rois s’agiter
Les gargouilles
Les saints Les démons
Irremplaçables
Impérissables
Bâtis sur deux siècles d’effort
Le grand orgue
Nos cierges
Nos prières
Nos murmures
Nos grands chants
Nos serments échangés
Nos serments égarés
Rien ne brûlera
Jamais
Notre Dame
La toujours vivante
La toujours droite
Dans ses cendres
Comme Jeanne
Comme un arc
Comme ton sang
Comme mon sang
Comme leur sang
Enfer et paradis
Pavés sur nos corps
Mariana Thieriot-Loisel
SILENCIO
O dia em que a catedral ardeu.
O dia em que a tua catedral ardeu
O dia em que a minha catedral ardeu
O coração de Paris em chamas
Enquanto uma flecha caía.
Eu senti apontar
De pé
A Catedral
Levantamento na minha memória.
Nas tuas fotos
Na sua música
Eu vi os reis contorcerem-se
As gárgulas
Os Santos os demônios
Insubstituíveis
Imortais
Construído em dois séculos de esforço
O grande órgão
Nossas velas
Nossas orações
Nossos sussurros
Nossas grandes canções
Nossos juramentos trocados
Nossos juramentos perdidos
Nada vai queimar
Nunca
Nossa Senhora
A sempre viva
A sempre ereta
Nas suas cinzas
Como a Joana
Como um arco
Como o teu sangue
Como o meu sangue
Como o sangue deles
Inferno e paraíso
Estampados em nossos corpos
Mariana Thieriot-Loisel