L’ HERITAGE DES TRIBUS | A HERANÇA DAS TRIBOS

L’ HERITAGE DES TRIBUS – par DR. MARIANA THIERIOT-LOISEL

Remerciements au DR. HDR FREDERIC ANDRÈS

NII – Japão  | CETRANS/ UNIFEO – Brasil | CIRET – France | UNEQ- Canadá

A HERANÇA DAS TRIBOS por DR. MARIANA THIERIOT-LOISEL

Agradecimentos ao DR. HDR FREDERIC ANDRÈS

NII – Japão  | CETRANS/ UNIFEO – Brasil | CIRET – France | UNEQ- Canadá

VIDEO-MÚSICA: “ANJOS” – MAR THIERIOT & SÉRGIO TAZA

Vídeo-música que apresenta pinturas de Anjos realizadas por Mar Thieriot, com música de Sérgio Taza.

Referências

Pinturas: “ANJOS” de Mar Thieriot – [Montreal/ Canadá]

Música: “DESCONHECIDO AMOR” – Álbum “Noturnos I” , Composição e Interpretação de Sérgio Taza – [Barra Bonita/ SP – Brasil]

Edição de vídeo: Vera Laporta – [São Paulo/ SP – Brasil]

(Música Licenciada para o YouTube por ONErpm (em nome de Sergio Taza)

MUTAÇÕES HUMANAS: PERLABORAR – VERDADE E TERNURA

Texto elaborado par o curso da FURG sobre Paz e Educação

O que está no registro de contingência e, portanto, de infinitas variações permite a elaboração ou emergência, no campo filosófico, de novos significados que possam religar o ser humano e a natureza, e de mutações humanas plurais sobre um pano de fundo de pensamento livre e ciência aberta. Uma verdade terna permitirá então perlaborar as antigas afirmações finitas: ditas eternas, imutáveis, nas quais lógica e efeito se combinavam para perpetuar práticas prejudiciais, autoritárias e castradoras – no campo da pesquisa – como o julgamento e a condenação de Galileu, Giordano Bruno e tantos outros.  Essas práticas mantiveram a circulação de pesquisas falsas, mas úteis; como a planicidade da terra, por exemplo.

O que parece eterno e imutável na filosofia não é a verdade em si, mas o questionamento do significado dessa verdade e o confronto racional e emocional entre um texto e seu contexto.

Como podemos pensar juntos sobre uma verdade terna? Uma verdade que cura, protege e estimula a evolução humana em um contexto individual e coletivo? Uma verdade doce, porque transcende o contexto, pensa no significado das inclusões e na forma mais apropriada de articular um texto ao seu contexto? Uma verdade afetiva e afetada, que permite mutações humanas sensatas? Uma verdade  amável que evita hipocrisia e negociações sórdidas quando os resultados são publicados?

Devemos propor uma psicanálise da metafísica em teologia, política, economia e filosofia?

De fato, a dificuldade de retomar as pesquisas filosóficas no contexto transdisciplinar contemporâneo consiste em propor a possibilidade de uma transcendência, mas que emerge de dentro, imanente, em um contexto situado, contingente e não previsível antecipadamente. A possibilidade de uma transcendência incerta, mas possível, vinda de dentro do humano: transcendência como imanência, o verbo de nossa afetividade, esta “revelação oculta”. A fenomenologia designa esta revelação oculta como a essência imanente do ser: “o ser do sentir reside primeiro e unicamente, e só pode ser encontrado nesta unidade interior original, na estrutura da imanência como tal”. [1]

Hoje em dia, a fé é frequentemente lida pela psiquiatria como uma tendência esquizofrênica da pessoa humana. Pois a transcendência, tradicionalmente emerge do exterior, como exterioridade. Entretanto, o trabalho de Michel Henry mostra que é sua imanência, sua vida interior e, além disso, sua afetividade que permitirá ao ser humano superar a si mesmo, transcender sua condição, revelar-se como algo diferente de um mecanismo hipercomplexo. É dentro de si mesmo e não fora de si mesmo que a possibilidade de superar-se existe, de aprender, de criar, de fazer sentido: de compreender-se e compreender-se melhor, a partir da afetividade experimentada. “A descoberta da essência absoluta consiste neste estado oculto que é seu ser próprio e é constituído por ele. Por isso, porque o ser oculto da essência, não sua percepção da luz, constitui como tal, em sua noite, na noite essencial da essência, sua revelação e a efetividade de sua fenomenalidade, sua “verdade”, “A verdadeira luz brilha na escuridão mesmo que não se a note”. [2]

De fato, do ponto de vista fenomenológico descrito por Michel Henry, a transcendência resulta da imanência, é o resultado de uma superação de dentro para fora, do invisível mundo subjetivo imanente que interage com as contribuições do mundo exterior, ela é realizada graças à porção de descobertas que esta interface sensível e luminosa entre o interior e o exterior torna possível.

Assim, o fenômeno humano da linguagem situa-se como uma interface que aparece no mundo no modo de uma conexão sensata, carregando uma realidade imanente, uma consciência e uma capacidade transcendente: uma verdade  terna compartilhada, na fonte da evolução humana, que assim assumiria um escopo metafísico.

De fato, esta relação entre si e os outros através da linguagem é o que torna possível a mutação humana; graças ao diálogo da vida interior com a alteridade matizada com afetividade.

É assim que a mutação humana é portadora de uma verdade terna: ela é dotada de uma faculdade linguística instituinte, inovadora, no universo contingente e atuante da historicidade da pessoa. A dimensão linguística transcendente da mutação reside assim em seu caráter doce e conciliador: caráter inovador.

A justiça, segundo Aristóteles, consiste em perdoar a raça humana, um perdão que é possível quando compreendemos a origem do mal e conseguimos corrigir justamente, através do diálogo, os erros que o mal provocou: a exclusão de alguns do processo evolutivo.

Errare humanum est.

Considerando todas as dificuldades acima mencionadas e os problemas que elas levantam no campo científico e filosófico, parece importante pensar na relação entre as mutações da espécie humana; sua evolução, sua plasticidade e a legislação em vigor, a fim de favorecer uma transposição humana: a articulação sensata e plástica do texto em seu contexto, que autoriza esta evolução graças a uma verdade terna e que, portanto, adquire um alcance metafísico.

Mar Thieriot in Les mutations humaines, Amalthée, France, 2016.

Mar Thieriot in Les mutations humaines, Amalthée, France, 2016.

Bibliographie consultée Quatrième partie

HENRY, Michel, L’essence de la manifestation, PUF, France, 1963.

HUSSERL Edmund, Idées directrices pour une phénoménologie, Gallimard, France, 1950,

LEIBNIZ, Gottfried Wilhelm, Essais de théodicée, Garnier Flammarion, France, 1969.

LEVINAS Emmanuel Le temps et l’autre PUF, France, 1993

[1]Michel Henry in l’essence de la manifestation, opus cit p. 764

[2]HENRY, Michel, ibidem p.552

 Photo credito WORLD

O ANJO DA CONFIANÇA – MENSAGEM DE NATAL 2021

L’ANGE DE LA CONFIANCE

Les relations familiales nous remettent pour ainsi dire collectivement à des troubles affectifs à des degrés plus ou moins élevés; le trouble affectif est un trouble du lien, parfois même une épouvante du lien…  Une difficulté à faire confiance, un sentiment plus ou moins voilé d’hostilité, une relation inconstante qui se tisse par à coup, une difficulté à établir des liens stables, confortables solides : on prend puis on jette, on casse, on se casse. Bien souvent car ces liens constants, positifs, réconfortants ont fait défaut lors de l’enfance pour x excellentes raisons, oui mais les parents ont échoué à tisser avec leurs enfants des liens heureux, solides : de dialogue, de franchise, de respect mutuel… Bien souvent car de façon Trans générationnelle cette confiance leur a fait défaut : parfois frappés, humiliés, accusés, délaissés, rejetés, abandonnés, ces parents peuvent, bien à leur dépens, répéter la sombre histoire des incompréhensions, des abus de pouvoir, de la méfiance et de la violence. L’enfant peut alors se réfugier dans un autre monde, un monde qui le permet de se re-lier à lui-même et aux autres par le biais d’une foi naïve qui croit que dieu, les dieux, les anges, vont pouvoir changer la donne qu’il n’a pas la force de changer par lui-même. Car il y a plutôt qu’à tendre l’autre joue, s’investir, s’impliquer dans le pseudo changement de parents blessés et blessants : des limites à mettre des distances à prendre : un certain recul qui permet à de mettre un terme à des liens pathologiques de type sadomasochistes. La solubilité du lien… Cela peut choquer mais si on veut briser la chaine des éducations hautement pathologiques, il faut commencer par balayer devant sa porte. De quelle nature sont mes liens à ma famille? Aux autres? À moi-même? Me fait on confiance? Suis-je apprécié, valorisé, reconnu… Ou au contraire je baigne dans la rancune, le ressentiment, les blessures. Oh tout cela est bien profond, bien complexe : mais le rôle de la foi est de nous inspirer mais pas de faire le job à notre place. Peindre l’ange de la confiance peut inspirer cet enfant blessé en moi, à puiser en son être la confiance nécessaire pour prendre les distances vis-à-vis des bourreaux réels ou imaginaires qui bloquent ma puissance d’aimer et d’être aimé. Mais il ne va rien résoudre pour moi sans moi le bel ange en carton ou en marbre. La psychanalyse est aussi l’art de la limite. La foi océanique et belle peut tourner aux mirages dans le désert amoureux ou l’on se trouve plongé. Aimer suppose aussi d’être aimé en retour, donner implique en recevoir, confier suppose d’être cru, il faut le courage de réécrire l’histoire pour que oui le cercle vicieux devienne cercle vertueux. C’est souvent long, douloureux, ardu : difficile liberté. Joyeux Noël…

Novembre 2021- Mar Thieriot Inédit

THE ANGEL OF TRUST

Family relationships put us collectively in emotional turmoil to a greater or lesser degree; emotional turmoil is a bonding disorder, sometimes even a bonding horror… A difficulty in trusting, a more or less veiled feeling of hostility, a difficulty in establishing stable, comfortable, solid bonds: we take and then we throw away, we break up, we break down. Very often because these constant, positive, comforting bonds were lacking during childhood for x excellent reasons, yes but the parents failed to weave with their children happy, solid links: of dialogue, of frankness, of mutual respect… Very often because in a trans-generational way this confidence failed them: sometimes struck, humiliated, accused, forsaken, rejected, abandoned, these parents can, well to their detriment, repeat the dark history of the misunderstandings, of the abuses of power, of the distrust and of the violence. The child can then take refuge in another world, a world that allows him to relate to himself and to others through a naive faith that believes that God, gods, angels, will be able to change the situation that he does not have the strength to change by himself. Because instead to invest, to imply itself in the pseudo change of wounded and hurtful parents: limits are to be putted, distances to be taken: a certain distance which allows to put an end to pathological bonds of sadomasochistic type. The solubility of the bond… This may shock you, but if you want to break the chain of highly pathological educations, you have to start by putting your own house in order. What is the nature of my links to my family? To others? To myself? Am I trusted? Am I appreciated, valued, recognized… Or am I bathed in resentment, distrust, wounds. Oh, all this is very deep, very complex: but the role of faith is to inspire us but not to do the job for us. Painting the angel of trust can inspire that wounded child in me to draw from his being the trust necessary to distance myself from the real or imagined tormentors that block my power to love and be loved. But it is not going to solve anything for me without me: the beautiful angel in cardboard or in marble. Psychoanalysis is also the art of the limit. The oceanic and beautiful faith can turn to mirages in the loving desert where one is plunged. To love also supposes to be loved in return, to give implies to receive, to entrust supposes to be believed, it is necessary the courage to rewrite the history so that yes the vicious circle becomes virtuous circle. It is often long, painful, arduous: difficult freedom. Merry Christmas…

November 2021- Mar Thieriot Unpublished

O ANJO DE CONFIANÇA

As relações familiares, por assim dizer, levam-nos coletivamente a transtornos afetivos em maior ou menor grau; o transtorno afetivo é uma perturbação do vínculo por vezes até um horror de vínculo… Uma dificuldade em confiar, um sentimento mais ou menos velado de hostilidade, uma relação inconstante que se tece de forma brusca, uma dificuldade em estabelecer laços estáveis, confortáveis, sólidos: tomamos e depois jogamos fora, quebramo-nos, separamo-nos. Muito frequentemente porque estes laços constantes, positivos e reconfortantes faltaram durante a infância por x excelentes razões, sim, mas os pais não conseguiram tecer com os seus filhos laços felizes e sólidos: de diálogo, de franqueza, de respeito mútuo… Muito frequentemente porque de uma forma transgeracional esta confiança lhes falhou: por vezes atingidos, humilhados, acusados, abandonados, rejeitados , estes pais podem, às suas próprias custas, repetir a história sombria de mal-entendidos, abusos de poder, desconfiança e violência. A criança pode então refugiar-se num outro mundo, um mundo que lhe permita relacionar-se consigo e com os outros através de uma fé ingénua que acredita que Deus, deuses, anjos, será capaz de mudar a situação de que não tem força para mudar por si próprio… Ora, ao invés de envolver-se na pseudo mudança de pais feridos e magoados  e dar a outra face: limites a estabelecer, distâncias a percorrer: uma certa distância que permite pôr fim aos laços patológicos do tipo sadomasoquista. A solubilidade o vinculo…Isto pode chocá-lo, mas se quiser quebrar a cadeia de educações altamente patológicas, tem de começar por pôr a sua própria casa em ordem. Qual é a natureza dos meus laços com a minha família? A outros? Para mim? Sou de confiança? Sou apreciado, valorizado, reconhecido… Ou estou a tomar banho de ressentimento, ressentimento, dor? Oh, tudo isto é muito profundo, muito complexo: mas o papel da fé é inspirar-nos, mas não fazer o trabalho por nós. Pintar o anjo de confiança pode inspirar aquela criança ferida em mim a tirar do seu ser a confiança necessária para me distanciar dos tormentos reais ou imaginários que bloqueiam o meu poder de amar e ser amado. Mas não resolve nada sem mim, o belo anjo feito de papelão ou mármore. A psicanálise é também a arte do limite. A fé oceânica e bela pode transformar-se em miragens no deserto do amor em que nos encontramos mergulhados. Amar também implica ser amado em troca, dar implica receber, confiar implica acreditar, é preciso ter a coragem de reescrever a história para que o círculo vicioso se torne um círculo virtuoso. É frequentemente longo, doloroso, árduo: liberdade difícil.

Novembro 2021- Mar Thieriot Inédito

LES ÉMOTIONS, L’ÉNERGIE HUMINE ET LA PLASTICITÉ DE L’ÉSPRIT

Gravação realizada em setembro, em Montreal, para ser apresentada no III Congresso Mundial de Transdisciplinariedade – Modalidade Virtual

Enregistrement réalisé, en septembre em Montreal, pour être présenté au III Congrès Mondial sur la Transdisciplinarité – Modalité Virtuelle – CIRET

SILENCE OR IN VOICE?

Photo: Mar Thieriot

Sometimes we avoid speaking, because we feel that we will be caught in a conditioned situation, we will say exactly what people expect us to say, or behave in a predictable, repetitive manner, we are not able to express freely our inner feelings with our own words.

Avoiding to speak is even sometimes a way to escape from a concrete or symbolic form of death.

Many philosophers are dead in order to defend human dignity and integrity; Socrates was the first one among them. He claimed he won’t say he knew what he didn’t, and that all he knew is that he knew nothing, while his opponents were sure to possess the truth about what ought to be the meaning of life.In that case, during the trial of Socrates, the law was perverted. In a democratic context our laws should protect the human beings, both fisacally and psychologically, give them the necessary care in order to encourage people to develop equally and safely, allowing each one of us to maintain integrity and dignity in all the situations, good or bad, we are going through. 

In that particular case, laws are there to warrantee equal conditions of human development and access to health care. Those conditions allow us to be able to speak, by ourselves and together.  Words may be very powerful, they can unify heaven an earth in a poetic manner, allow new beginnings, fix what was broken between two people, or within a group…

So, when you encourage someone, to find his own voice, to sing his own song given to him while he was born, as in some African tribes, you help him to create his own and unique soft way of being present in the word he lives in. In order to be yourself you have to speak softly by yourself. Or we need both cognitive ad affective conditions to be able to dialogue, to share our genuine self with others in order to reach understanding.

Following  research about emotions  we need to share mutual care : joy and interest; those are crucial affects in a dialogue process, as important as the ability of induction and deduction. To often, anyway, when the democratic laws are not present we engage in a survival fight,That leads to have “dominant voices”, the ones that reach the medias, the ones that dominate in a family, or in a professional group, not because they are the wiser one but because they are the stronger one.

Those are dangerous voices that yell instead of thinking before talking, and confine people to silence. In those cases people obey not because the law has a meaning, not because the authorities are competent enough , but because the authority is the authority, full stop, no arguments other than oppression, fear, and ambition. To care about our shared humanity is a soft and different way to give voice and birth to our speechless and traumatic experiences, through art that may help us to stand up together in such difficult pandemic times…

Mar Thieriot

L’hiver sur nous – Janvier 2021

Dans une autre vie… Ah dans une autre vie je vous aurai menti souvent, j’aurai été voleuse, volage, cartomancienne et sans nulle doute sorcière. Dans une autre vie encore j’aurai su boire et sabrer un champagne sans hésitation. J’aurai piloté un Concorde aussi, cet avion me fascine et au lieu de me refuser j’aurai été libertine, vous seriez devenu mon amant éperdu. Dans une autre vie j’aurai porté un enfant dans mon ventre au lieu de rédiger une thèse et je l’aurai vu grandir comme un arbre de mon jardin avec le fier sentiment de posséder ses veines. Oui dans une autre vie mes yeux verraient loin, ma myopie serai guérissable, et je pardonnerai souvent, au lieu de chasser ou fuir ceux qui m’ont injurié à tort ou à raison. Dans une autre vie je n’aurai pas cessé de danser, de chanter ou de nager en haute mer. Je n’aurai jamais déménagé de la maison près du parc, je n’aurai jamais cédé un tilleul à ma descendance. Je ne me serai dépossédée de rien, j’aurai cumulé tout ce qui a trainé sur ma route, les livres, les bijoux, les miroirs, les terres fertiles. Je serai partie sur sa moto en le plantant sur le bord du chemin avec l’autre. Surtout je n’aurai jamais fait le pari de l’éducabilité de tous les sujets. J’aurai été irresponsable et indifférente. Dans une autre vie j’aurai moins souffert, j’aurai préféré le curare à la conscience et la chaleur de deux bras forts. Dans une autre vie. Tandis que l’aube pointe je vois la lumière qui attend sur les toiles en mouvement. Je vis la solitude du peintre et la franchise du philosophe, dans cet abattoir que tu appelles la vie… Ah oui : je n’aurai jamais cessé de fumer. Ce matin tout est blanc, silencieux et apaisé à Montréal. Une jeune femme fête son anniversaire : je voudrai lui faire cadeau de l’impossible ; la bonté d’un sauveur. Je voudrai qu’elle puisse y croire à ce tas de ruines que sont nos vertus humaines. Dans une autre vie je travaillerai avec Giacometti et je lui modèlerai une petite statue d’une femme en marche. Pour qu’elle est l’aplomb de la liberté.

Mar Thieriot Inédit in L’hiver sur nous Janvier 2021.